Terapia a distância conforta quem precisa ser ouvido durante pandemia
Conselho Federal de Psicologia autorizou que as atividades aconteçam de forma remota
A saúde mental já era vista como uma das maiores preocupações, mesmo antes do início da pandemia. Mesmo assim, há alguns meses, tem se tornado ainda mais comum tratar sobre este assunto. Isso porque, para se proteger da Covid-19, doença causada pelo coronavírus, só há uma solução por enquanto: o isolamento social. Sem vacina, remédios comprovadamente eficazes no tratamento ou outras formas de prevenção, as quarentenas foram adotadas em todo o mundo para diminuir a taxa de contágio e garantir que os hospitais não esgotem suas capacidades.
Deste modo, o Conselho Federal de Psicologia liberou a continuação dos tratamentos de forma online, sem a necessidade de o profissional formado na faculdade de Psicologia registrar que o atendimento será feito de forma remota. Universidades públicas e privadas têm oferecido apoio psicológico de forma gratuita, mas também é possível encontrar o serviço em clínicas especializadas.
Em questão de recursos utilizados, não há perdas, já que as conversas podem transcorrer por videoconferências, recurso que já podia ser utilizado desde 2018, caso o paciente não pudesse ir ao consultório. Um ponto muito positivo do atendimento online é que não há qualquer prejuízo no andamento do tratamento, tendo em vista que o acolhimento entre o psicólogo e o paciente deve ser o mesmo, sempre valorizando as trocas de informação, feedback e retorno do paciente durante a terapia.
Mesmo assim, nem todas as pessoas se sentem confortáveis para continuar ou iniciar as sessões de forma remota. Para minimizar isso, é importante que os atendimentos online tenham a mesma segurança e sigilo dos que ocorrem de modo presencial. A tecnologia, nesse momento de pandemia, está sendo fundamental para ajudar quem precisa de apoio e também para aproximar as pessoas durante o isolamento.
Isolamento social e sobrecarga psicológica
Mesmo que seja a única forma de proteção, ficar o máximo de tempo em casa também traz efeitos colaterais. Um estudo da Universidade Brigham Young, nos Estados Unidos, estimou que o afastamento do contato humano proporciona riscos à saúde equivalentes a fumar 15 cigarros por dia, e, em certas ocasiões, pode ser mais danoso do que a obesidade. Somado a isso, ainda há a necessidade de mudanças de comportamentos e a vista da população de máscara, o que retira a possibilidade de interpretação das emoções dos interlocutores pela fisionomia facial.
Além disso, o período é marcado por incertezas e inseguranças sobre o futuro e sobre a saúde, o que pode aumentar a sobrecarga psicológica.
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