Por que utilizar o crédito rotativo do cartão não é uma boa alternativa?
Por: Priscila Gorzoni
Se você é daqueles que tem o crédito rotativo, e adora usá-lo achando que vai diminuir o valor das suas parcelas no final do mês. Esqueça, usá-lo é a pior opção. Pelo simples motivo de que, quando você for quitar a parcela que deve ela pode triplicar, já que vem com os juros embutidos, e juros altos.
Por isso, para quem tem e usa cartões de crédito a melhor opção é mudar o seu para um cartao de credito anuidade gratis para sempre
Mas até lá evite o crédito rotativo, que torna a sua dívida com o banco uma bola de neve.
Para quem não sabe, esse tipo de crédito é oferecido ao consumidor, quando ele não faz o pagamento total da fatura do cartão até o vencimento.
A especialista Liliane Perng, educadora e consultora financeira da Código Financeiro, explica que o rotativo ocorre quando você paga qualquer quantia menor que o valor integral.
A diferença entre o valor total e o que foi efetivamente pago até o vencimento se transforma em um empréstimo. E, por causa disso, passa a ter juros no restante que você tem a pagar.
Para ilustrar os prejuízos de se usar o cartão rotativo, Bia Santos, CEO da Barkus Educacional, explica: “Imagine o seguinte cenário: Você exagerou nos gastou durante o carnaval, a fatura chega e deu um total de R$1000. Você se desespera, pois é um valor mais alto do que tem em sua conta. Porém, como um oásis no meio do deserto, lá no alto da fatura está escrito: Pagamento mínimo de R$150. Você respira aliviado, pois vai continuar com o nome limpo, e terá mais tempo para decidir como pagar os demais R$850 no próximo mês. Onde está o erro? Você não irá pagar só R$850 no próximo mês. Há uma carga de juros em cima deste valor que você deixou para depois. Os juros rotativos são uma taxa cobrada quando o valor total da fatura não é pago”.
Ou seja, o crédito rotativo é uma armadilha, que ao invés de aliviar as suas dívidas, aumenta ela.
Vale ressaltar que os juros dos cartões de crédito dos brasileiros são os mais altos do mundo. “Quando você utiliza o rotativo, na verdade cria uma bola de neve de dívidas que pode facilmente triplicar em um ano”, ressalta Rebeca Nevares, sócia-fundadora da Ella’s Investimentos.
Os juros do rotativo
É importante saber que os juros rotativos podem ser muito altos, tendo chegado a uma média de cerca de 318,3% ao ano. “Este juro sobe continuamente durante o ano e, por isso, é importante estar sempre esperto para que não vire uma bola de neve”, explica Bia Santos é CEO da Barkus Educacional.
Para você ter uma ideia de como funcionam os juros do cartão rotativo. Bia simula um exemplo. Calcular um exemplo lá com a nossa fatura do carnaval:
A taxa do rotativo do cartão do nosso amigo que gastou demais no carnaval é de 9% ao mês.
Essa porcentagem irá incidir em cima dos R$850 que ele deixou para depois. R$850 + 9% = R$926,50 (R$76,50 só de juros!)
Mas não para por aí. Ainda há o IOF, um imposto que incide em cima de diversas operações financeiras. O IOF mensal é de 0,38% e o diário, de 0,0082%.
Mensal: 850,00 × 0,38% = R$ 3,23
Diário: 850,00 × 0,0082% × 30 dias = R$ 2,09
Dívida final: 850 + 76,50 + 3,23 + 2,09 = R$931,82
“Se não for pago, os novos juros serão calculados sobre os juros antigos e esta dívida terá juros sobre juros, conhecidos como juros compostos. Ai já viu, né?”, exemplifica Bia.
O valor mínimo
Para você entender melhor como funciona os juros deste cartão, as especialistas explicam que o valor mínimo a ser pago diz respeito a 15% do valor total, utilizado quando o usuário do cartão não tem condições financeiras de pagar o valor total. “Antigamente, era possível pagar o valor mínimo por diversos meses seguidos, mas os juros acumulados eram exorbitantes. No ano de 2016, as taxas de juros rotativos do cartão de crédito estavam em média 484,6% ao ano, segundo pesquisas do Banco Central. Esse valor pode provocar estragos no orçamento do consumidor que não buscar condições melhores para quitar o valor total da fatura. Isso também pode fazer com que o nome do usuário do cartão seja inscrito nos órgãos de proteção ao crédito, impossibilitando compras e pedidos de financiamento”, lembra Liliane.
Desde abril de 2017, em cumprimento à Resolução 4.549, do Banco Central do Brasil, o crédito rotativo só pode ser utilizado por 30 dias consecutivos.
Liliane aconselha o consumidor aguardar, após os 30 dias no rotativo, cada banco pode definir quais alternativas vai oferecer ao cliente. “O Banco Central não definiu nenhuma regra quanto a taxas de juros ou número de prestações. A princípio, os juros serão menores do que no rotativo”, lembra.
4 motivos para não usar o rotativo
1. As taxas de juros mensais são exorbitantes ficam na média na casa do 15% am.
2. Perigos do Cartão de Crédito Rotativo – Superendividamento
3. O efeito “bola de neve” pode atrapalhar a vida financeira do cliente, que deverá quitar integralmente o débito no mês subsequente, além dos encargos referentes a esse mês.
4. Não aceite a primeira oferta
Como fugir do rotativo
“A dica aqui é viver um degrau abaixo do que ganha e não gastar mais do que pode pagar. Caso as coisas fujam um pouco do controle, busque alternativas. O crédito pessoal, por exemplo, tem taxas mais baixas que a do cartão. Além disso, é muito importante pagar a fatura em dia para evitar maiores problemas”, aconselha Rebeca Nevares, sócia-fundadora da Ella’s Investimentos.
Fontes:
Bia Santos é CEO da Barkus Educacional.
Rebeca Nevares, sócia-fundadora da Ella’s Investimentos.
Bia Santos é CEO da Barkus Educacional.
Liliane Perng, educadora e consultora financeira da Código Financeiro.