Como indústria hoteleira teve de transformar seus padrões de limpeza para combater o coronavírus
A pandemia do novo coronavírus causou a intensificação do padrão de limpeza dos hotéis.
Antes da disseminação do novo coronavírus, a localização era o principal fator que pesava na escolha de um hotel para se hospedar. No entanto, atualmente, a maior preocupação dos hóspedes têm sido a limpeza.
Com isso, para servir seus clientes com segurança, redes hoteleiras de todo o mundo desenvolveram campanhas e produziram projetos focados em alterações nos seus respectivos protocolos de limpeza.
Além de frear o avanço da doença, o intuito dessa adequação é restaurar a confiança no setor, que foi abalada diante da crise instaurada.
Medidas adotadas ao redor do mundo
Um dos países precursores foi Singapura, localizado no continente asiático. Lá, foi criada uma certificação de limpeza para os hotéis. A medida estabelece novos procedimentos de higiene, como uma maior frequência de higienização das áreas comuns e medição da temperatura dos colaboradores.
O objetivo do órgão governamental Singapore Tourism Board é certificar 570 atrações e hotéis até o final de junho. Sucessivamente, a ação pretende alcançar milhares, visto que, no presente momento, o país está em confinamento, enfrentando o segundo pico de COVID-19. Na Espanha, a Associación Empresarial Hotelera de Madrid (AEHM) arquitetou um projeto semelhante: um selo denominado como “Hoteles Covid Free”.
Embora ainda não seja possível afirmar, de fato, que um lugar está totalmente livre do novo coronavírus, a intenção é igual a de Singapura: aderir novos métodos de limpeza em áreas comuns, quartos e ambientes de reunião a fim de garantir a segurança de seus hóspedes e funcionários.
O governo de Portugal também formulou um selo de limpeza para as redes hoteleiras. O chamado “Clean & Safe” terá validade de um ano e será atribuído aos hotéis que cumprirem às novas regras de higiene e segurança sanitária. Ainda assim, dentro desse período de validade, os hotéis certificados serão vistoriados aleatoriamente e sem aviso prévio.
Iniciativas de redes de hotéis
Uma das grandes redes pioneiras no anúncio de alterações em seus protocolos de limpeza foi a AccorHotels, da França. A organização planeja criar um selo de higienização de qualidade, em parceria com a Bureau Veritas, prestigiada certificadora internacional.
Esse projeto será denotado ao governo da França e de outros países da Europa, além da Alliance France Tourisme. A partir do momento em que ele for aprovado, poderá ser utilizado por hotéis e redes europeias independentes, além das posses da rede Accor em todo o mundo, até mesmo, no Brasil.
Já a Marriott International divulgou a constituição do Marriott Global Cleanliness Council, um Conselho de Limpeza Global. Dentre as normas estabelecidas, estão sinalizar o quão importante é o distanciamento social e a utilização de desinfetante hospitalar na higienização de superfícies.
Com a maior parte de seus hotéis fechados, a Marriott está praticando uma tarifa solidária para prestadores de serviço e colaboradores de hospitais da rede privada. Trata-se de pessoas que precisem ficar isoladas por se enquadrarem no grupo de risco, além de órgãos governamentais.
Essa tarifa foi adotada, inclusive, nos seguintes hotéis da rede situados no Brasil: Sheraton Porto Alegre, Marriott Executive Apartments São Paulo e JW Marriott Rio de Janeiro.
Nos EUA, tanto a Marriot quanto o grupo Hilton, outra grande rede hoteleira, selaram uma parceria com o cartão de crédito American Express. Assim, foram disponibilizados quartos, de forma gratuita, para os profissionais de saúde de Nova Orleães, Nova Iorque e demais cidades dos Estados Unidos mais afetadas pela pandemia.
O grupo Hilton divulgou, ainda, o lançamento do programa “Clean Stay”, que está em desenvolvimento. O projeto trará novos métodos que garantirão a segurança e a limpeza de seus hotéis.
Os hotéis que continuam abertos estão adotando novas medidas de imediato. Isso inclui, até mesmo, os independentes, como é o caso do Vivenzo, em Belo Horizonte. O local está funcionando com apenas 33% da sua capacidade, exclusivamente, para hospedar profissionais da saúde e pessoas que necessitam de isolamento.
Ademais, não há serviço de quarto diariamente, a limpeza segue o padrão dos hospitais e o check-in é feito por vídeo. A interação virtual entre os hóspedes e os colaboradores do hotel ocorre apenas virtualmente e, quando um quarto é desocupado, ele fica vago durante 72h antes da higienização.