ABIMAQ divulga desempenho do setor em 2019 e perspectivas para 2020

Em 2019, o bom desempenho das vendas no mercado doméstico foi determinante para a manutenção do patamar positivo do setor em relação a 2018

ABIMAQ

Durante a primeira coletiva do ano, realizada no dia 27/1 (segunda-feira), a ABIMAQ divulgou o desempenho do setor de bens de capital mecânicos referente ao ano de 2019 e a análise das perspectivas para 2020. Os dados apontaram que a melhora no resultado anual foi proveniente da combinação dos aumentos nas vendas ao mercado interno e o aumento da entrada dos produtos importados, sendo esse último o maior responsável por esse crescimento.

            “O Brasil mudou o patamar no consumo de máquinas e equipamentos. Prevemos, para 2020, crescimento de 10% no mercado interno. Depois de tanto tempo sem investir, acreditamos em uma retomada do setor, analisando que é preciso inovar e trabalhar a produtividade. Mesmo assim, ainda é considerado baixo”, ressalta José Velloso, presidente-executivo da ABIMAQ.

Curva de comportamento

            Em 2019, o bom desempenho das vendas no mercado doméstico foi determinante para a manutenção do patamar positivo do setor em relação a 2018. A melhora nas vendas de bens sob encomenda, notadamente para celulose e consumo, foram preponderantes para este crescimento no mercado doméstico.

            Pelo lado das exportações, que tiveram papel fundamental no desempenho das vendas do setor em 2018 apresentaram resultados mais enxutos em 2019 mesmo diante de um câmbio competitivo.

Exportação

            As exportações de máquinas e equipamentos apresentou queda de 12,8% sobre o mês de novembro e encolhimento de -9,8% sobre o mesmo mês de 2018. No acumulado do ano, o desempenho negativo das vendas externas (-7,2%) tem relação com a redução no ritmo de crescimento das principais economias mundiais. Essa retração de demanda ocorreu principalmente por países da zona do Euro e da América do Sul.

Importação

            O mês de dezembro registrou estabilidade nas entradas de máquinas e equipamentos importados (0,2%) em comparação com o mês de novembro. Na comparação interanual, o crescimento foi na ordem de 19%.

            No ano de 2019, o aumento foi de 19,5% e parte da explicação para esse crescimento está nas alterações legais decorrentes do Repetro Sped, que proporcionaram mudanças na propriedade dos equipamentos de pesquisa e exploração de petróleo e gás natural de subsidiárias localizadas no exterior para empresas sediadas no Brasil.

            Esse crescimento, que teve início em maio de 2019, é sustentando, principalmente, pelas aquisições de componentes para geração de energia, válvulas, tubulações, equipamentos de sondagem e exploração de óleo e gás.

Consumo Aparente

            O consumo aparente (produção – Exportação + Importação) de máquinas e equipamentos registrou retração no mês de dezembro de 2019 (-2,0%). Na comparação contra dezembro de 2018, os investimentos foram 12,1% superiores.

            A melhora no resultado anual foi a combinação dos aumentos nas vendas ao mercado interno e o aumento da entrada dos produtos importados, sendo esse último a maior responsável por esse crescimento, uma vez que detêm 63% de participação do mercado.

            Novamente, o Repretro Sped aparece como importante variável explicativa, mas neste caso aparece também a variação cambial do período, via conversão monetária, cujo impacto foi de 5,6 p.p na taxa de crescimento do ano.

Emprego

            Após ter reduzido em mais de 90.000 o número de pessoas empregadas na indústria brasileira de máquinas equipamentos, em 2018 o setor retomou o processo de ampliação e contratou 10.000 pessoas.

            A partir do quarto trimestre de 2019, o setor começou a realizar demissões, mas ainda que tenha registrado queda de 1,0% em dezembro, em relação ao mês imediatamente anterior, o setor atuou com 302.350 pessoas, um volume 0,5% superior quando comparado com dezembro de 2018.

            Em relação ao número de pessoas ocupadas no final do ano passado, esse número foi 3,0% superior, equivalente a 1 500 trabalhadores adicionais na indústria de máquinas.