Estudo mostra que 18% dos adultos da cidade de SP já foram infectados

A terceira fase da pesquisa SoroEpi MSP, financiada pelo Grupo Fleury, Ibope Inteligência, Todos pela Saúde, e Instituto Semeia, mostrou que 17,9% (de 15% a 20,9%, com a margem de erro) da população adulta do município de São Paulo já foi infectada pelo novo coronavírus

Novo coronavírus

Segundo o levantamento, considerando que a população com mais de 18 anos na capital paulista é de 8,4 milhões de pessoas, a quantidade de pessoas infectadas é de 1,5 milhão (de 1,26 milhão a 1,75 milhão, com a margem de erro).

Imunidade de rebanho

De acordo com os pesquisadores, a cidade pode estar se aproximando da chamada imunidade de rebanho, ou imunidade coletiva, situação em que, em razão do grande número de pessoas já contaminadas e com anticorpos contra o coronavírus, a doença não consegue se alastrar – considerando que não haja reinfecção. 

No entanto, ainda não se sabe exatamente qual é a proporção necessária de pessoas com anticorpos para que esse tipo de imunidade coletiva funcione adequadamente. Estima-se que esse número seja entre 25% a 30%.

“Estamos perto de 20%, e isso começa a ficar muito próximo da estimativa que se faz [da imunidade de rebanho]. O vírus começa a ter mais dificuldade de se locomover, não acha tantas pessoas altamente suscetíveis”, destacou o pesquisador Celso Granato, do Grupo Fleury e da Universidade Federal Paulista (Unifesp).

Relaxamento da quarentena

O biólogo Fernando Reinach, um dos responsáveis pelo projeto, afirma que ainda é cedo para avaliar se a liberação de atividades na cidade, promovida pelos planos de retomada econômica, e o relaxamento do isolamento social, tenham tido impacto na proliferação do coronavírus na cidade, já que não houve alteração na proporção de infectados decorridos 35 dias entre a fase 2 e a fase 3.

“Nos 35 dias que se passaram [entre a fase 2 e 3 da pesquisa] a gente não viu um resultado muito grande da abertura, mas ainda é muito cedo. O aparecimento de casos graves nos hospitais leva 20 a 30 dias [após a abertura] e o aparecimento de mortes, 30 ou mais dias. Aparentemente, pelos nossos dados e dados de novos casos e mortes, [a abertura] não está tendo efeito [negativo]”, disse.

Mudança de metodologia

Os resultados da Fase 3 da pesquisa, divulgados hoje (10), são baseados em testes sorológicos feitos em 1.470 adultos entre os dias 20 e 29 de julho. Foram usados testes Maglumi IgM IgG combinados com testes Elecsys Sars-Cov-2, considerados mais modernos. 

Maglumi IgM IgG

Já na segunda fase da pesquisa, foram usados apenas testes Maglumi IgM IgG, que resultaram em uma proporção de infectados (prevalência), na cidade, de 11,4%. Na terceira fase, considerando somente os dados obtidos pelos testes Maglumi IgM IgG, a proporção de infectados obtida foi de 11,5% – o que levou os pesquisadores a concluírem que não houve alteração na prevalência, considerando a margem de erro. 

Foto:© REUTERS/Rahel Patrasso/Direitos reservados

Agência Brasil