Efeitos da pandemia serão sentidos por décadas, diz chefe da OMS
Manifestando “apreço pelos esforços de resposta à pandemia de COVID-19 feitos por Organização Mundial da Saúde (OMS) e parceiros”, o comitê de emergência convocado pelo chefe da agência deixou claro que ainda não há um fim à vista para a crise de saúde pública que até agora infectou mais de 17 milhões e matou mais de 650 mil pessoas.
“A pandemia é uma crise de saúde que ocorre uma vez no século, cujos efeitos serão sentidos nas próximas décadas”, disse Tedros ao Comitê em seu discurso de abertura na sexta-feira (31).
“Muitos países que acreditavam ter passado pelo pior agora estão enfrentando novos surtos. Alguns que foram menos afetados nas primeiras semanas agora estão vendo um número crescente de casos e mortes. E alguns que tiveram grandes surtos os controlaram.”
Profissional de saúde verifica a temperatura de paciente em hospital na província de Nonthaburi, Tailândia. Foto: ONU Mulheres/Pathumporn Thongking
COVID-19
Manifestando “apreço pelos esforços de resposta à pandemia de COVID-19 feitos por Organização Mundial da Saúde (OMS) e parceiros”, o comitê de emergência convocado pelo chefe da agência deixou claro que ainda não há um fim à vista para a crise de saúde pública que até agora infectou mais de 17 milhões e matou mais de 650 mil pessoas.
Tedros Adhanom Ghebreyesus, diretor-geral da OMS
O comitê convocado por Tedros Adhanom Ghebreyesus, diretor-geral da OMS, nos termos do Regulamento Sanitário Internacional (2005) (RSI), realizou sua quarta reunião em 31 de julho.
Em sua declaração após a reunião, publicada no sábado (1), destacou a “prevista duração prolongada” da pandemia, observando “a importância de esforços sustentados de resposta comunitária, nacional, regional e global”.
Após uma discussão e análise completas das evidências, o Comitê “concordou por unanimidade” que o surto ainda constitui uma emergência de saúde pública de interesse internacional (PHEIC). Tedros aceitou o parecer do comitê.
O diretor-geral da OMS declarou a PHEIC – o nível mais alto de alarme da OMS – em 30 de janeiro, quando havia menos de 100 casos no total e nenhuma morte fora da China.
“A pandemia é uma crise de saúde que ocorre uma vez no século, cujos efeitos serão sentidos nas próximas décadas”, disse Tedros ao Comitê em seu discurso de abertura na sexta-feira (31).
“Muitos países que acreditavam ter passado pelo pior agora estão enfrentando novos surtos. Alguns que foram menos afetados nas primeiras semanas agora estão vendo um número crescente de casos e mortes. E alguns que tiveram grandes surtos os controlaram.”
Recomendações
O Comitê fez uma série de recomendações à OMS e aos Estados-membros.
Recomendou que a agência continue a mobilizar organizações e parceiros multilaterais globais e regionais para a preparação e resposta à COVID-19 e a apoiar os Estados-membros na manutenção dos serviços de saúde, além de acelerar a pesquisa e o eventual acesso a diagnósticos, tratamentos e vacinas.
Organização Mundial da Saúde (OMS)
Aconselhou os países a apoiar esses esforços de pesquisa, inclusive por meio de financiamento, e a se unir aos esforços para permitir a alocação equitativa de diagnósticos, tratamentos e vacinas, participando do Acelerador de Acesso às Ferramentas COVID-19 (ACT), uma colaboração global sem precedentes entre países, filantropos e empresas.
O comitê também aconselhou os países a fortalecer políticas públicas de saúde para identificar casos e melhorar o rastreamento rápido de contatos, “inclusive em locais com poucos recursos, vulneráveis ou de alto risco, e a manter serviços de saúde essenciais com financiamento, suprimentos e recursos humanos suficientes.”
Os países também foram aconselhados pelo comitê a implementar medidas e conselhos proporcionais sobre viagens, com base em avaliações de risco, e a revisar essas medidas regularmente.
Parque no Brooklyn, Nova Iorque, marcou círculos para reforçar o distanciamento social durante a pandemia da COVID-19. Foto: Daniel Dickinson/ONU
Jovens ‘não são invencíveis’ frente à COVID-19, diz chefe da OMS
Embora os idosos apresentem mais riscos diante da COVID-19, o chefe da OMS lembrou as gerações mais jovens que “não são invencíveis” quando se trata da doença.
As evidências sugerem que o aumento nos casos em alguns países se deve em parte ao fato de os jovens “baixarem a guarda durante o verão no Hemisfério Norte”, disse o chefe da OMS na quinta-feira (29).
“Já dissemos isso antes e vamos repetir: os jovens não são invencíveis”, disse ele a jornalistas. “Os jovens podem ser infectados; podem morrer e transmitir o vírus para outras pessoas.”
Ele ressaltou que a juventude do mundo “deve ser líder e impulsionadora da mudança” durante a pandemia de COVID-19.
Tedros também aconselhou que as pessoas em todos os lugares aprendam a conviver com o vírus e a tomar as medidas necessárias para proteger a si e aos outros, incluindo aqueles que estão em maior risco, como idosos e pessoas em cuidados prolongados.