Tudo que você precisa saber antes de sair do aluguel para tornar-se proprietário

Aqueles que desejam comprar um imóvel próprio devem se planejar com cuidado e pensar em todas as etapas da aquisição

Um sonho de milhares de famílias brasileiras é o de adquirir a casa própria, como forma de ter a segurança de um teto para morar. É uma realidade que muitos ainda trabalham para atingir, sendo que, em vários casos, essas famílias planejam sair do aluguel para adquirirem um imóvel próprio.

Não é um caminho percorrido com facilidade. Uma minoria pode comprar um imóvel à vista — e, mesmo esta deve se planejar cuidadosamente para efetuar a compra. De qualquer forma, para cumprir o objetivo, é preciso ter disciplina e um planejamento financeiro elaborado com cuidado, que deve ser seguido à risca.

O que levar em consideração

Vários são os fatores que devem ser refletidos pelos interessados: qual é a renda mensal da família, qual é o maior valor que a prestação pode ter sem comprometer as finanças, se o local desejado corresponde à realidade do pagamento dessas parcelas e o tempo de pagamento.

Caso a pessoa recorra a um financiamento imobiliário, no qual o banco disponibiliza um empréstimo que permite a compra do imóvel, é preciso levar em conta outros fatores. Os principais deles são os juros aplicados ao empréstimo — que varia dependendo da instituição — e o tempo para pagá-lo.

Outra dica é comparar o valor pago no aluguel com o da prestação da casa própria. Reinaldo Domingos, PhD em educação financeira, aponta que, se o valor for igual, a troca é válida: “É uma ótima iniciativa deixar de pagar esse valor sem retorno futuro para pagar a prestação de algo que será seu”.

Adeus aluguel, olá casa própria

Organizar-se financeiramente é o primeiro passo para cumprir o objetivo. Segundo Domingos, é preciso reunir a família e discutir o tema, para que seja definido o local, as condições de pagamento, o valor e outras questões relevantes. Isso é importante para que o pagamento das prestações não se torne um pesadelo no futuro.

Ele acrescenta: “Um ponto a ser levado em conta é o custo de vida da região em que irá se mudar”. Isso porque esse custo pode ser maior do que o da atual residência, e isso afetará as finanças da casa. O especialista lembra que é necessário ponderar, também, os gastos relativos a transportes.

A boa localização do imóvel, que atenda suas necessidades e caiba no orçamento, passa pela contratação de um bom corretor. Esse profissional deve ser alguém qualificado e confiável. Busque indicações de amigos e familiares sobre bons profissionais, que servirão de intermediários na negociação do imóvel.

Também é válido pesquisar por serviços de corretores na internet, sempre verificando o quão confiável é o serviço. O valor de comissão a ser pago deve ser esclarecido antes de contratar o serviço do profissional, com essa despesa já sendo acrescentada nos gastos relativos à compra do imóvel.

Outro ponto importante é administrar as despesas mensais da família. O pagamento da prestação deve ser tido como uma prioridade e, devido a isso, gastos supérfluos devem ser repensados, ou até mesmo, cortados. Não comprometer a saúde financeira da família é primordial, uma vez que o pagamento será uma despesa longa que não pode ser preterida.

O controle das finanças da casa deve considerar, além dos gastos mensais e o valor das prestações, um valor extra que deve ser guardado. Essa quantia pode ser utilizada em caso de urgências e imprevistos, mas sem comprometer o pagamento das prestações. Reduza os gastos para que sempre sobre uma boa quantia no final do mês.

Poupar dinheiro antes de se comprometer também é importante, pois isso garante uma quantia que pode ser oferecida de entrada. Esse é um bom trunfo para quem vai comprar via financiamento imobiliário, pois uma entrada maior pode aliviar o valor das prestações.

Por fim, Reinaldo Domingos relembra outras despesas que envolvem a compra de um imóvel, mas que podem não ser lembradas em um primeiro momento: “Um novo imóvel demanda novos custos, como mobiliário novo, condomínio e taxas de transferência.”